Respostas de John Baker, CEO da D2L A dos professores da minha instituição nunca fez isso antes. Como fazer para ajudá-los a começar? John: Configurar um shell de curso para os professores é prioridade, pois isso lhes fornece um espaço para fazer upload de material, conectar-se com os alunos e publicar tarefas. A inscrição dos alunos na plataforma deve ser automática. Disponibilize orientações sobre o sistema para professores que não estejam familiarizados com a tecnologia de ensino online. É importante começar com ações simples, tais como conseguir arrastar e soltar o plano de aulas e o conteúdo a ser usado na semana e configurar um fórum para que os alunos trabalhem juntos nas atividades previstas. Você também pode disponibilizar um feed de atividades, que oferece uma experiência semelhante ao Facebook e permite que os professores publiquem atividades e conversem com os alunos. O feed também pode ser usado para configurar testes de múltipla escolha e tarefas. A mesma dúvida, agora em relação aos alunos: se eles não têm experiência com a aprendizagem online, como orientá-los? John: A maior parte dos alunos não terá dificuldades em se adaptar ao novo ambiente de aprendizagem. Milhões de estudantes acessam a plataforma do nosso sistema de gestão de aprendizagem diariamente. Eles devem se apresentar aos professores a aos outros alunos. Para os estudantes, é importante ter uma voz ao mudar para uma experiência online. Eles precisam ficar à vontade para fazer perguntas se tiverem qualquer dificuldade com as tarefas ou dúvidas sobre o que fazer em seguida. Meu principal conselho aos alunos é o seguinte: dediquem bastante tempo às atividades em grupo. Quais são os componentes de um curso presencial que melhor se adaptam ao ambiente online? Qual é a molezinha? John: A tendência natural é adotar rapidamente o vídeo e exibir a aula em tempo real, um recurso que oferecemos porque permite que os professores deem as mesmas aulas que dariam presencialmente. E que tipo de atividades offline nós podemos promover? John: Os alunos, no entanto, preferem uma experiência de aprendizagem assíncrona, ou seja, não querem ser obrigados a estar online em um determinado horário, preferem a liberdade de ouvir uma aula gravada ou responder a um teste de múltipla escolha quando for mais conveniente para eles. Você pode, por exemplo, usar o wi-fi em qualquer dispositivo móvel para baixar os vídeos que estão em nossa plataforma e assisti-los depois. Alguns de nossos clientes continuarão a usar livros-texto e vão aplicar provas com consulta como parte da experiência para alunos do ensino superior. O que nossos instrutores devem fazer para oferecer formas ativas de aprendizagem no que estamos fazendo? John: Formas ativas de aprendizagem geralmente são atividades online, tais como fóruns para trabalhar em atividades conjuntas, em vez de simplesmente assistir a uma aula tradicional. O mais comum é uma oferta de tarefas que mistura trabalhos colaborativos e em grupo e estudos individuais. Como fazer para contemplar nossos alunos com problemas de acessibilidade? John: Somos a única plataforma de aprendizagem online completamente acessível do mercado. Muitos estudantes cegos e surdos usam a nossa plataforma. O conteúdo se torna acessível ao ser adicionado à plataforma. Se uma atividade não for naturalmente acessível, é possível adicionar outras atividades que sejam. Lançamos o recurso de closed caption para vídeos no mês passado. O conteúdo em closed caption é oferecido na língua nativa dos alunos. Também incluímos verificadores de acessibilidade na plataforma. Este é realmente o momento de adotar novas tecnologias? John: Sim. Acho que migrar os alunos para um modelo online é a única maneira que temos para salvar o ano escolar. Não acredito que muitas escolas irão reabrir neste semestre. Há uma grande possibilidade que as escolas fiquem fechadas durante várias semanas. O que é essencial para o desenvolvimento do nosso plano de aprendizagem digital para as próximas duas semanas? John: A primeira coisa a fazer é disponibilizar o shell do curso para os estudantes e garantir que os professores ofereçam conteúdo para os cursos online. É preciso que os estudantes entendam bem o que se espera deles, tenham acesso aos recursos necessários e consigam enviar tarefas e trabalhos em grupo. E nas duas semanas posteriores? John: Descobrir como aplicar as provas, incluindo provas supervisionadas e provas com consulta. Acabamos de lançar uma avaliação com supervisor que usa IA e pode ser usada em dispositivos móveis e em avaliações de alta importância. Decidir como será a aplicação de provas é importantíssimo. Como não será possível reunir os alunos em uma grande sala, será preciso aplicá-las de outra forma. Precisamos encontrar soluções justas, que não prejudiquem nenhum dos alunos. Não podemos esquecer que alguns deles terão que fazer escolhas. Talvez precisem comprar um celular ou ou laptop e não terão os dois. A parte mais importante é tornar as provas acessíveis para todos. Nós acabamos de criar um recurso que só precisa de um navegador. Nossos professores estão preocupados com os projetos e as provas finais neste período. O que fazer? John: Não existe razão para interromper a maioria dos projetos finais, a menos que precisem ser feitos em laboratório. Temos dezenas de milhares de projetos online. Os professores também podem atribuir projetos alternativos se os alunos não puderem concluir os projetos atuais em uma plataforma online. É por isso que a aprendizagem assíncrona é melhor do que as aulas à distância em tempo real. Os alunos precisam de espaço para trabalhar em projetos individuais ou em grupo ao longo de um espaço de tempo. Em termos de avaliação, precisamos oferecer as melhores condições possíveis para que os alunos se saiam bem. A atuação dos professores é decisiva para isso. Eles precisam ser capazes de se adaptar rapidamente a todas os desafios que os alunos precisem enfrentar. O que podemos fazer em relação a alunos que não tem um acesso à internet de qualidade? John: Em nosso caso, estamos concentrados no desenvolvimento de tecnologias que só necessitam de uma boa rede wi-fi para permitir ao aluno baixar atividades em qualquer dispositivo e até mesmo assistir vídeos offline. Na Índia, desenvolvemos um programa de aprendizagem online para as comunidades rurais mais afastadas e conseguimos oferecer uma experiência de alta qualidade. Os professores precisam estar cientes de que o acesso à internet não é o mesmo para todos os estudantes e não exigir que acompanhem aulas em tempo real, pois isso pode configurar um tratamento desigual aos alunos. Qual deve ser a maior preocupação da equipe de TI neste momento? John: Garantir a segurança de alunos e professores em ambientes online. Zelar pela solidez das cadeias de fornecimento e entrar em contato com instâncias superiores se tiverem qualquer dúvida em relação a essa solidez. Fornecer as explicações necessárias para que alunos e professores se adaptem bem ao ambiente online. Fornecer um shell de curso para os alunos, determinar se precisam de suporte extra e responder a perguntas como: o que fazer para ajudar na preparação para avaliações e provas online? Como fazer para oferecer um suporte melhor aos nossos professores durante a transição? John: Estamos vivendo uma situação em que precisamos trabalhar juntos durante a transição. Convide os professores a participar de comunidades online para que possam aprender as dicas e os truques de seus pares. Forneça conteúdo online para ajudá-los a criar as atividades desejadas no ambiente online. Crie planilhas com dicas básicas para os menos familiarizados com a tecnologia. Garanta aos professores acesso a conteúdos que os ajudem a gerenciar tarefas e notas dos alunos e os ensine a aplicar provas online. Temos diversos clientes que fizeram uma transição rápida para os cursos online e continuamos a fornecer-lhes links úteis e centenas de recursos. Quais são as ferramentas online mais úteis até agora? John: Para quem ainda está dando os primeiros passos na aprendizagem online, temos um feed de atividades semelhante ao feed de redes sociais, em que todos podem publicar e ficar por dentro do que vem depois em um curso online. É uma excelente ferramenta de comunicação para o corpo docente e discente. Também temos uma ferramenta de atribuição de tarefas, uma de conteúdo, do tipo arrastar e soltar, uma para testes de múltipla escolha, entre muitas outras. Uma das minhas favoritas é a ferramenta de lista de verificação, que permite aos alunos confirmarem a conclusão de atividades e evita que as tarefas se percam em algum buraco negro online. Outro recurso muito importante é uma central para anúncios online. Você tem algum conselho para mantermos nossa comunidade acadêmica informada? John: Nossa estratégia de resposta prevê quatro categorias: Como garantir a segurança das pessoas e como se preparar para o que virá depois. Como fazer as comunicações sobre a cadeia de fornecimento. Depois que nosso pessoal estiver são e salvo, o que fazer para ajudá-los e como disponibilizar recursos para eles. Como fazer para nos prepararmos para o impacto financeiro dessa situação incomum. As comunicações devem ser feitas assim que possível para todos os grupos interessados, da liderança aos alunos. Os anúncios universitários devem ser feitos na página inicial. Se houver alguma notícia importante, envie notificações por push. Estamos lançando um curso online sobre como enfrentar os problemas causados pela pandemia de coronavírus. Indicado para todos os interessados em encontrar recursos educacionais sobre a COVID-19 em um só lugar, em vez de ficar procurando informações dispersas em vários sites. Como voltar ao normal se as escolas reabrirem antes do fim do semestre? John: Acho muito improvável que as escolas reabram. Voltar ao normal provavelmente significa usar os mesmos tipos de estratégia usados antes de migrar para a aprendizagem online. A grande vantagem é que, ao fazer o esforço de migrar para o ambiente online, você abriu canais de comunicação com os alunos. Você terá um novo normal, em que a comunicação com os alunos foi aprimorada, e isso vai ficar ainda melhor quando os campi forem reabertos. Em resumo, todo o trabalho feito para dar suporte ao esforço de migrar para o ambiente online será útil para dar suporte ao ensino híbrido quando os campi estiverem cheios de alunos novamente. Existe um lado bom nisso tudo, ou seja, práticas online que possam melhorar os cursos mesmo quando eles voltarem a ser presenciais? John: A possibilidade de os alunos optarem por cursos totalmente online e o crescimento da comunicação online. Tudo isso, se tiver sido bem feito, vai melhorar os resultados e as práticas. Algum conselho final para educadores e profissionais de TI? John: No fim das contas, não podemos nos esquecer que há um elemento humano associado a cada resposta a emergências. Não se trata apenas de oferecer tarefas online, precisamos fazer o acompanhamento dos estudantes para saber se estão bem e se suas necessidades estão sendo atendidas. A preocupação primordial é com bem estar mental e físico de cada um deles. Precisamos estar atentos a isso ao migrar para os cursos online, como estamos atentos em sala de aula.